segunda-feira, 16 de novembro de 2015

GRATIDÃO

                                                                     



                                                                      Gratidão


Por todos os dias da minha vida
expresso minha gratidão
pela minha paz interior
expresso minha gratidão.
Por conquistar,
tudo o que já conquistei,
expresso minha gratidão.
Pelo sol que nasce a cada dia
pela noite bordada de estrelas,
por todas as estações,
pelas minhas emoções,
pelo amor no coração
expresso minha gratidão.
Pela paz 
pelo amor
pela igualdade
pela união
pelo orgulho que cai
pela negatividade que sai,
expresso minha gratidão.
Por ter uma nova visão
por mais esta evolução
expresso minha gratidão.

[ Vera Lucia Soares Feijó]


Solito

                                                       
                                                                 

                                                                           Solito    

Depois de chegar da lida
me achego pra perto do rancho
onde o ar da primavera 
deixou  as flores da varanda
quase sem vida.

Já não tenho mais
o aconchego da prenda,
morena, brejeira
que fica mais linda 
com seu vestido de chita.
Hoje, só, nem mesmo uma visita.

No galpão do rancho
atiço as brasas
do fogo de chão
encosto a cambona
e vou preparando o chimarrão.

Ao sevar o mate solito
mirando a imensidão
chego a sentir o perfume
daquela que me abandonou.

E assim vou passando
meus dias, reparando os currais
lembranças de tempos
que não voltam mais.

Cai a noite, 
da janela vejo o verde,
a imensidão.
É a natureza marcando
a nova estação.

Amanhã cedinho
vou pra lida com meu pingo
leal companheiro, amigo verdadeiro.
Cavalga por estas paradas
sempre junto comigo.
É com ele que divido
as dores do meu coração partido.

O rancho está só
eu busco na lida
um jeito de esquecer
aquela prenda que fingia me amar
e que me deixou
no rancho quase tapera
a esperar por ela,
que sei, não vai voltar.



[Vera Lucia Soares Feijó]




sexta-feira, 24 de julho de 2015

A ESPERA



Sei que esperas a minha volta,
te preocupas em poder ver-me
oras e vigias.
Queres reconhecer-me,
pois quando a teu lado estive
pela primeira vez,
me caluniaste e me condenaste.
Agora voltei,
junto a ti noite e dia estou
e tu não vês.
Te falo e não me ouves,
teu coração continua fechado,
não queres me receber.
E aqui estou, tão perto de ti.
Quantas vezes murmurei ao teu ouvido,
esquece, ama, perdoa,
e muitas delas não tive resposta.
Eu voltei e tu não me esperou.
Eu voltei e mais uma vez não me reconheceste.
Continuas negando-me,dentro do teu coração.
Queres ver-me, aqui estou e não me enxergas.
Queres falar-me, eu te ouço te respondo e não me entendes.
Queres esperar-me e cochilas.
Queres reconhecer meu rosto,
mas não reconheces minhas palavras.
Tu espera-me mas estás desprevenido de minha chagada.
Procura te encontrar primeiro,
que depois, lá no fundo de tudo o que restar de ti,
estarei também a tua espera.


[ Vera Lucia Soares Feijó ]


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domingo, 11 de janeiro de 2015

AMOR OU HORROR





Para a vida
desabrochou uma linda flor
cercada de carinho e amor

Quanto mais crescia
a flor perfumada
se transformava e perturbava

Sempre cercada de amor e respeito
cada vez mais trazia a escuridão no peito
recebia amor e distribuía horror

Quando falava era adaga afiada
quando criticava era implacável
sem limites, indomável

Óh! Pobre princesa
de tão falsa beleza
quanto terá que sofrer para entender

Que o desamor, o desrespeito
a ira, o ódio e a estupidez
não devem habitar este pequeno ser

Por quê?
quem saberá
humano ou animal
o que terá desencadeado este mal.



[ Vera Lucia Soares Feijó]