sexta-feira, 24 de julho de 2015

A ESPERA



Sei que esperas a minha volta,
te preocupas em poder ver-me
oras e vigias.
Queres reconhecer-me,
pois quando a teu lado estive
pela primeira vez,
me caluniaste e me condenaste.
Agora voltei,
junto a ti noite e dia estou
e tu não vês.
Te falo e não me ouves,
teu coração continua fechado,
não queres me receber.
E aqui estou, tão perto de ti.
Quantas vezes murmurei ao teu ouvido,
esquece, ama, perdoa,
e muitas delas não tive resposta.
Eu voltei e tu não me esperou.
Eu voltei e mais uma vez não me reconheceste.
Continuas negando-me,dentro do teu coração.
Queres ver-me, aqui estou e não me enxergas.
Queres falar-me, eu te ouço te respondo e não me entendes.
Queres esperar-me e cochilas.
Queres reconhecer meu rosto,
mas não reconheces minhas palavras.
Tu espera-me mas estás desprevenido de minha chagada.
Procura te encontrar primeiro,
que depois, lá no fundo de tudo o que restar de ti,
estarei também a tua espera.


[ Vera Lucia Soares Feijó ]


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